CICLO TERESA SILVA A dança a descer das nossas cabeças
Joana Linda
A dança a descer das nossas cabeças que intitula este Ciclo, centrado na obra performativa da coreógrafa Teresa Silva, tem o poder de desinquietar pelo mistério do seu significado. Sugere a sua descoberta sensível através de um programa que reúne diferentes propostas, representativas da sua curiosidade e determinação em experimentar disciplinas, explorar matérias e promover colaborações.
O Ciclo desenrolar-se-á ao longo de duas semanas, alicerçado na sua dança, cinema, som, palavra dita e cenografia e incluirá a partilha e transmissão da sua experiência de intérprete e coreógrafa, junto de diferentes comunidades.
Integrante da programação de Artes Performativas do Museu de Serralves desde a sua inauguração, Teresa Silva distingue-se pela originalidade da gramática coreográfica e pelo protagonismo atribuído à vitalidade dos materiais que integram as suas peças.
A voz, o olhar, o gesto, o canto e a palavra são ferramentas que explora e inclui obsessivamente na pesquisa e nas criações reconhecidamente autorais e transdisciplinares.
É ainda uma artista empenhada em participar em projetos colaborativos que transitam entre as artes visuais, as artes performativas, a literatura, a ecologia e o cinema, investindo no que estes “modos” de encontro poderão sempre revelar e sobretudo transformar.
Virar do avesso lógicas de criação e de representação instituídas, pela intenção profunda e incessante de investigar e questionar, caracteriza o seu pensamento e percurso artístico.
Este Ciclo e esta programação procuram levar-nos nessa busca continuada e incansável.
A artista dedica-o à bailarina, professora e ex-diretora do Forum Dança, Cristina Santos.
PROGRAMA
PERFORMANCE
31 Outubro, 21h30, Auditório de Serralves,
Por motivo de Força Maior, 75’
Um projecto de Teresa Silva
co-criação, interpretação, textos, figurinos, objectos, vídeo e gravações de campo: Margarida Bettencourt, Sabine Macher e Teresa Silva
criação de luz e direcção técnica: Santiago Tricot
criação sonora, desenho de som e gravações de campo: João Bento
CINEMA
2 Novembro, 17h00, Auditório de Serralves,
Documentário Portugal que Dança -Teresa Silva, 45’
realização: Cristina Ferreira Gomes
autoria: Luiz L. Antunes
+
En danseuse - Teresa Silva, 8’
conceção, coreografia e realização: Alain Michard
colaboração artística-vídeo: Alice Gautier
som: Manuel Coursin
luz : Ludovic Rivière
+
Enjoy the weather: the film, 32’
direcção, concepção e camera: Teresa Silva
co-criação, performance, tratamento de imagem e tradução das legendas: David Marques, Jean-Baptiste Veyret-Logerias, Sabine Macher e Teresa Silva
edição: Teresa Silva, David Marques e Sabine Macher
som: Sabine Macher
PERFORMANCE
Sinédoque, 60’
criação e interpretação: Teresa Silva
a partir de material coreográfico das peças “Um Espanto não se Espera” e “Leva a mão que eu levo o braço” co-criadas com Elizabete Francisca; “O que fica do que passa” e “Nova Criação” co-criadas com Filipe Pereira; “A vida enorme/La vie en or” co-criada com Maria Lemos e “Oráculo” co-criada com Sara Anjo
INSTALAÇÃO SONORA
9 e 10 de Novembro
Enjoy the weather: a sonic choreography, 20’
composição sonora: Mestre André e Teresa Silva
com a participação e contributo: David Marques, Diogo Brito, Mestre André, Jean-Baptiste Veyret-Logerias, Sabine Macher e Teresa Silva
Galeria contemporânea do Museu
WORKSHOP
9 e 10 de Novembro,
10h00 às 13h00 e 14h00 às 16h00
Estados de atenção e cuidado através da prática performativa
com Teresa Silva
Sala do Serviço Educativo do Museu
Por inscrição
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Teresa Silva nasceu em 1988, em Lisboa. Dedica-se à investigação, criação e interpretação nas áreas da dança contemporânea e da performance. Vê a dança como algo que excede o corpo físico, o que se traduz num trabalho de atenção e sensibilidade, bem como numa abordagem multidisciplinar ao movimento. Formada pela Escola de Dança do Conservatório Nacional, Escola Superior de Dança e pelo Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica do Forum Dança, desenvolve o seu trabalho coreográfico desde 2008, intimamente marcado por processos colaborativos. Do seu percurso enquanto coreógrafa e intérprete destaca as colaborações com artistas como Filipe Pereira, Elizabete Francisca, Sara Anjo, Loïc Touzé, Vera Mantero, David Marques, o colectivo La Tierce, João dos Santos Martins, Marco d'Agostin, Rita Natálio e Alain Michard. Desde 2019, tem vindo a desenvolver os laboratórios de investigação “Pode o corpo ser um Oráculo?” com Sara Anjo e “Estados de atenção e cuidado através da prática performativa”. Nestes, parte da sua experiência do corpo e do movimento para elaborar e disponibilizar um terreno de (auto)conhecimento e transformação. Em 2022, realizou o seu primeiro filme, Enjoy the weather: the film, apresentado no Festival FID - Festival Internacional de Cinema de Marselha. Nesse mesmo ano, colaborou com a artista plástica Kristina Norman em Orchidelirium - An appetite for Abundance, uma trilogia de filmes criada para a Bienal de Arte de Veneza. Depois de uma dezena de peças produzidas, das quais destaca “Um Espanto não se Espera”, “O que fica do que passa” e “Nova Criação”, criou mais recentemente “Sinédoque”, “Por motivo de Força Maior” em cumplicidade com Margarida Bettencourt e Sabine Macher e “Um pequeno exercício de composição” em colaboração com Vera Mantero. É artista associada da produtora Agência 25. www.silvateresa.weebly.com
Imagem: Joana Linda
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