PAUTAS (2024) | SILVESTRE PESTANA & SUPERNOVA ENSEMBLE
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Em 1975, Silvestre Pestana, uma das figuras mais radicais da arte contemporânea portuguesa, criava “Pautas”, um conjunto de 20 obras gráficas que agora pertencem à coleção de Serralves. Estas obras do poeta, artista plástico e performer, são marcadas por sistemas geométricos e coloridos, e são também produto e símbolo do lado utópico de uma geração envolta numa bolha de desejo ancorada na revolução do 25 de Abril de 1974 e nas promessas da construção social sobre a paz, liberdade, democracia e progresso.
Em “Pautas (2024)”, o coletivo multidisciplinar SuperNova Ensemble junta-se a Pestana para revisitar este conjunto de obras, abordando-o enquanto testemunho e celebração de Abril, enquanto síntese de um plano de ação e de pesquisa artística estabelecido graficamente nas relações entre signos e numa lógica de leitura e programação visual, e enquanto possível ponto de partida para pensar o lugar da revolução hoje e como se pode projetar a revolução amanhã.
As “Pautas” são aqui reorganizadas através da exploração das suas dimensões espaciais, lumínicas, acústicas, musicais e virtuais. Entre o som e a imagem em movimento, entre a memória e o presente, entre o humano e a Inteligência Artificial, o imaginário dos seus sistemas de construção é então expandido no seu concretismo, desafiado pelo atrito, iluminado por processos de partilha.
Direção Artística: José Alberto Gomes, João Dias, Silvestre Pestana
Pautas (1975): Silvestre Pestana
SuperNova Ensemble – Pautas (2024):
Eletrónica e gravações: José Alberto Gomes; Multipercussão: João Dias; Guitarra elétrica: Miguel Moreira; Composição de imagem inteligência artificial: Luis Arandas
Luz: Emanuel Pereira
Agradecimentos: Escola das Artes/UCP, Circular - Associação Cultural
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Natural do Funchal, Silvestre Pestana (1949-) é uma das figuras mais radicais da arte contemporânea portuguesa. Poeta, artista plástico e performer, criou desde os finais dos anos 1960 uma obra singular através de uma grande diversidade de disciplinas.
Pestana é licenciado em Artes Gráficas e Design pela ESBAP, mestre em Ensino de Arte e Design pela De Montford University. Foi professor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra. Estudou Televisão e Música Eletrónica na Universidade de Estocolmo. A sua obra impõe-se pela radicalidade das intervenções que, desde o primeiro momento, se apoiam num intencional hibridismo resultante do jogo e permutação entre signos linguísticos e signos não linguísticos. A contaminação que, nos anos 1960 e 70, deriva da utilização de material gráfico diverso, passará a encontrar, nos anos 80, um apoio na utilização do vídeo e dos meios informáticos. A este nível, pode dizer-se que a sua poesia para computador abriu novos rumos à poesia experimental. Misturando frequentemente, e de um modo intencional, questões relacionadas com a materialidade e a mediação, na sua obra os procedimentos baseados em sistemas digitais aparecem misturados com a representação de carácter analógica. Os seus trabalhos recentes, no âmbito da performance, em espaços reais ou virtuais como o Second Life, são fundamentais para aferir o modo como as práticas experimentalistas interferem com as práticas sociais em que se articulam.
A exposição “Silvestre Pestana: Tecnoforma” em Serralves foi a primeira grande exposição museológica dedicada à obra de Silvestre Pestana. No ano seguinte apresentou “Breathless” no Museum of Contemporary Art of Santa Barbara em parceria com o espaço Uma Certa Falta de Coerência e, recentemente, participou na exposição de Poesia Experimental Portuguesa na CAIXA Cultural Brasília, Brasil.
Silvestre Pestana foi distinguido em 2019 com o Prémio AICA.