Da morte morrida (ou matada?) da crítica às mil vidas da auto-edição
Para uma Timeline a Haver
Conversa
Horário: 18:30
Lotação: 25 pessoas
Acesso:
gratuito, com inscrição prévia obrigatória para ser.educativo@serralves.pt
Lançamento
da 4ª edição do Coreia, seguida de conversa com João dos Santos Martins (editor), Ana Bigotte Vieira,
Carlos Manuel Oliveira e Joclécio Azevedo.
A Fundação de Serralves inaugurou a 22 de abril, na 6ª edição do Festival DDD – Dias da Dança Para uma timeline a haver: genealogias da dança como
prática artística em Portugal, uma exposição que interroga o desenvolvimento e a
disseminação da dança como prática artística em Portugal, nos séculos XX e XXI
, da autoria dos artistas e investigadores Ana Bigotte Vieira, João dos
Santos Martins e Carlos Manuel Oliveira .
Levada a cabo intermitentemente desde 2016 e para sempre
em aberto, a exposição relaciona eventos de matriz social, política, cultural,
biográfica e artística, possibilitando uma leitura comparada e contribuindo
para criar alguma familiaridade com obras, autores, cânones, corporalidades,
épocas e mundividências, ao mesmo tempo que os interroga estética e
politicamente. Neste âmbito, foi programado um conjunto de visitas guiadas e de
conversas em que coreógrafos, bailarinos, ensaístas e historiadores tanto
“lêem” e apresentam a exposição como relacionam as suas vivências com o que
nela é dado a ver. A exposição torna-se assim espaço
crítico e de partilha, gerador de múltiplas abordagens e possibilidades de
leitura.
A propósito
do lançamento do jornal Coreia uma conversa sobre a lenta morte (ou o
assassinato) da crítica e as mil vidas da auto edição. Nesta conversa mais do
que (merecidamente) lamentar o dito declínio da crítica que perde terreno para o
jornalismo (de novo e de novo até ao infinito),
procura-se interrogar os modos como este fenómeno, conjugado com as
potencialidades Do-it yourself dos novos meios, e a maior formação
académica e interdisciplinar dos artistas, tem levado a um renovado
interesse pela auto-edição e a publicação de escritos de artistas - o que, por
sua vez, estenderá à página, ao site e ao ensaio (escrito ou visual),
todo um campo de experimentação crítica, teórica e existencial, ampliando os
modos críticos de recepção das obras.
Coreia é um projecto editorial de carácter artístico, crítico e
discursivo, a propósito das artes em geral, firmado numa relação umbilical com
a dança. Independente, experimental e internacionalista, o jornal, de tiragem
semestral e distribuição gratuita, está focado no discurso produzido pelas
obras e pelos artistas, e preocupado em divulgar formatos vários como
partituras, manifestos, entrevistas, crónicas, ensaios, críticas e reflexões em
língua portuguesa.
Estimulados pela
apresentação deste projecto editorial, ocorrerá uma conversa sobre o renovado interesse pela auto-edição e a
publicação de escritos de artistas, o que por sua vez estenderá à página, ao site e ao ensaio (escrito ou visual), todo um campo de experimentação crítica,
teórica e existencial.
Relacionado
Joclécio Azevedo nasceu no Brasil em 1969). Vive no Porto desde 1990. Os
seus trabalhos atravessam diferentes disciplinas artísticas, tendo-se dedicado
mais intensamente à criação coreográfica a partir de 1999. Participa
regularmente em projetos de criação e investigação, desenvolvendo colaborações
e integrando residências artísticas em diversos contextos, dentro e fora do
país. Foi diretor artístico do Núcleo de Experimentação Coreográfica entre 2006
e 2011. É membro da direção plenária da GDA (Cooperativa de Gestão dos Direitos
dos Artistas), desde 2008 e do Conselho de Curadores da Fundação GDA desde
2010. Artista residente da Circular Associação Cultural a partir de 2012. Desde
2013, participa regularmente como formador no FAICC – Formação avançada em
interpretação e criação coreográfica da Companhia Instável. Em 2016 trabalhou
como assistente convidado no Curso de Especialização em Performance na FBAUP.
Colabora, desde 2016, com o grupo Sintoma – Performance, Investigação e
Experimentação, orientado por Rita Castro Neves na Faculdade de Belas Artes da
Universidade do Porto. Participou em projetos de diversos criadores ligados às
artes plásticas ou performativas, como por exemplo Miguel Pereira, Isabelle
Schad, Joshua Sofaer, Cildo Meireles, Tino Seghal, Peter Bebjak/Juraj Korec,
Jean-Marc Heim, Ronit Ziv, Gary Stevens, Simone Forti, André Guedes, E. M. de
Melo e Castro, Joana Providência, João Paulo Seara Cardoso, Ana Figueira,
Isabel Barros e Né Barros. www.nenhum.org