Uma importante vertente que atravessa desde sempre as experiências sonoras de Tarek Atoui é a colaboração. A grande maioria dos seus trabalhos envolve e desenvolve-se a partir da participação de outros. Pode tratar-se de designers, instaladores, músicos, especialistas de gravações de campo, ouvintes. Acontece muitas vezes que as suas instalações se oferecem como plataformas relacionais muito diretas, uma vez que podem ser ativadas pelo público e por outros artistas. Em Serralves, a exposição O Testemunho das Águas conta com o artista sonoro Alan Affichard e abre-se a um grupo de músicos e de artistas portugueses, assim como a estudantes de escolas de artes, convidados a dialogar e interagir com os trabalhos instalados. Para além de workshops colaborativos e de formação, serão organizadas performances durante todo o tempo de duração da mostra e os artistas poderão intervir e envolver-se com uma diversidade de sons que farão parte da exposição em diferentes fases, evoluindo desde o seu despertar no inverno até ao encerramento em pleno verão.

Do programa da noite de vernissage da exposição faz parte uma performance sonora de Atoui, Alan Affichard e Diana Combo.

Alan Affichard é um artista sonoro francês radicado em Berlim. A sua prática e pesquisa sobre som e materialidade explora os limites e as possíveis extensões dos objetos manufaturados e artesanais. Em 2016, graduou-se na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts (França). Em 2017 foi bolseiro do Berlin Programme for Artists e em 2018 participou no programa de investigação ‘Composing / Public / Space’ liderado por Tarek Atoui no Royal Institute of Art em Estocolmo. O seu trabalho foi apresentado em locais como Between Bridge (Berlim), Ä / nun (Berlim), Les Instants Chavirés (Montreuil), Treize (Paris), Fieldwork Marfa (Marfa, Texas), Iaspis Foundation (Veneza), Sharjah Art Foundation .

Diana Combo é uma música e artista sonora portuguesa. Tem um B.A. em Som e Imagem e um M.A. em Artes Musicais. Combina uma perspetiva conceptual sobre o som com um ethos DIY, usando práticas de turntablism e apropriação de som, edição e design de som, composição e interpretação, instalação e vídeo. O seu trabalho equilibra a narrativa folclórica com o ruído e paisagens sonoras improvisadas. Apresentou-se no Transmediale, Tiny Noise e Festival ERTZ, e em espaços como a Casa da Música, Fundação de Serralves, Passos Manuel, Maus Hábitos, ZDB, Salon des Amateurs e General Public, entre outros.