A LARGE INSCRIPTION, A GREAT NOISEADAM BASANTA
O MUSEU COMO PERFORMANCE
Instalação
A LARGE INSCRIPTION, A GREAT NOISE (2019)
“A Large Inscription, A Great Noise" investiga noções de tempo histórico e de manutenção do tempo, de ciclos de construção e destruição numa era de comunicação em massa, de automatização através da cinética mecânica, e das modalidades do lastro que daí resulta.
Em "A Large Inscription", um suporte de microfone é arrastado sobre um campo de cascalho; um instrumento indispensável ao demagogo moderno é derrubado como uma estátua deitada abaixo. Girando lentamente, ele deixa um rastro elegante que se desenvolve, sem começo nem fim.
Em contraste com este gesto contínuo, "A Great Noise" pontua a passagem do tempo com uma fisicalidade de Sísifo: um microfone envolto num bloco de cimento é levantado e largado, batendo contra uma base maior. Tal como a arte performática duracional operada mecanicamente, a força visceral evoca a tensão do destino inevitável do microfone, quer isso signifique sucumbir a um fim violento ou libertar-se dos seus grilhões.
Apresentado com o apoio do Canada Council for the Arts.
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Adam Basanta (n.1985, Tel Aviv) vive e trabalha em Montreal. Obteve um BFA em composição musical pela Simon Fraser University (Vancouver BC CAN) e um mestrado interdisciplinar em Pesquisa-Criação em Belas Artes (Concordia University, Montreal QC CAN).
O trabalho de Basanta tem sido exibido em diversas galerias e instituições internacionais, tais como Carrol/Fletcher Gallery, Londres, Reino Unido; Fotomuseum Winterthur; National Art Centre Tokyo; American Medium Gallery, New York; New Media Gallery, New Westminster; Moscow Biennale for Young Art; Serralves Museum, Porto; Edith- Russ-Haus für Medienkunst, Oldenburg; and The Center for Contemporary Arts Santa Fe. Recebeu vários prémios internacionais, incluindo o Japan Media Arts Prize (2016), o Aesthetica Art Prize (2017) e o Prix Pierre Ayot (2019).
Enquanto compositor e performer de música experimental, a sua música para concertos, performances ao vivo e edições são apresentadas em todo o mundo, incluindo participações em eventos como o MATA Festival (NYC), Gaudeamus Musicweek (NL), CTM Festival (GER), Akousma Festival (CAN ) e Festival Mutek (CAN).
O meu trabalho investiga a tecnologia - um espectro contínuo que vai desde tijolos de barro até à machine learning [subcampo da Inteligência Artificial] - como um ponto de encontro de sistemas simultâneos e sobrepostos; um nexo de forças culturais, computacionais, biológicas e económicas. Ao descobrir, aumentar e criar sistemas de emaranhamento, estou a tentar descobrir uma sensação de “ao vivo” ou dinamismo resultante das performances imprevisíveis de vários actantes agindo de forma independente no equilíbrio coletivo. As obras são visuais, mas igualmente coreográficas e performativas.
Através de uma variedade de meios – instalação, escultura cinética, som e criação de imagens computacionais – utilizo frequentemente ready mades tecnológicos comerciais como vocabulário central, deslocando-os para um contexto artístico. Ao colocar processos tecnológicos e artefactos em relações não convencionais e absurdas entre si, pretendo criar uma fissura nas suas funções normativas, refletindo sobre os seus papéis como próteses contemporâneas com as quais coexistimos numa ecologia híbrida.
Os meus processos de pesquisa e criação envolvem um equilíbrio entre abordagens qualitativas e quantitativas. Estou particularmente interessado na interação entre os dois pontos de vista aparentemente opostos e binários, esforçando-me para uma polinização cruzada em que um alimenta e complica o outro, e vice-versa.
— Adam Basanta