DEMASIADO CEDO / DEMASIADO TARDE | RACHACHANDO
Retrospetiva Straub-Huillet
Sessão de cinema com apresentação de Joaquim Moreno
O acesso ao Auditório da Casa do Cinema é feito pela Rua de Serralves nº 873, 30 minutos antes do início da sessão.
Bilhete: 3€
Desconto de 50% para Amigos de Serralves, jovens até aos 18 anos, estudantes e maiores de 65 anos.
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Público geral: 70€
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Oitava sessão da retrospetiva Straub-Huillet, com a projeção dos filmes "Demasiado cedo / demasiado tarde" (1980/81) e "Rachachando" (1982), com apresentação de Joaquim Moreno.
Too early / too late | Demasiado cedo / demasiado tarde
Jean-Marie Straub e Danièle Huillet | FRA, EGY | 100 min. | 1980/81
Um dos exemplos mais eloquentes da relação inquebrável entre História, luta de classes e paisagem, este filme encontra-se, desde o título, bipartido. Danièle Huillet descreveu-o nestes termos: “Isto não é “ficção”, mas aquilo a que se chama documentário, mesmo que esta forma de documentar seja, creio, nova (apesar de ter precedentes: por exemplo, A Saída dos Operários da Fábrica Lumière) – sem narração “restritiva”, sem atores. O que é contado: lutas, revoltas, derrotas, atrasos e antecipações, estatísticas; o que é representado: história, topografia, geografia, geologia, luz, luzes, vento e nuvens, terra (transformada e trabalhada pelos homens), vestígios – apagados ou ainda visíveis – e céu (muito céu)”. A primeira parte decorre no interior rural de França, acompanhada pela leitura de uma carta de Engels e das queixas populares em vésperas da revolução. A segunda parte reloca-se para o Egito, onde o texto relata a luta de classes e a resistência à ocupação colonial britânica pelo marxista egípcio Bahgat Elnadi (que o escreveu, com Adel Rifaat, sob o pseudónimo Mahmoud Hussein).
En rachâchant | Rachachando
Jean Marie Straub e Danièle Huillet | FRA | 7 min. | 1982
Baseado num livro infantil de Marguerite Duras, esta curta-metragem diz respeito a um menino de nove anos que se recusa a ir à escola porque lhe ensinam coisas que ele não sabe. Apesar do absurdo, é uma atitude totalmente convergente com a contestação e resistência de Straub-Huillet a toda a qualquer manifestação de autoridade. “É um filme de entomologista. Filmamos o Ernesto tal como Buñuel disse que se deviam filmar os insetos. Ele é um inseto como qualquer outro, e os insetos são muito importantes. Para Rosa Luxemburgo, o destino de um inseto a lutar entre a vida e a morte nalgum recanto, desconhecido da Humanidade, tem tanta importância quanto o destino e o futuro da revolução que ela acreditava” (J.-M. Straub).