ILPO VÄISÄNEN
ACROSS Ø AROUNDMIKA VAINIO: A TRIBUTE
Concerto
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ILPO VÄISÄNEN constituiu uma das metades dos indivisíveis Panasonic/Pan Sonic, a dupla visionária e crucial de música eletrónica iniciada nos primeiros dos anos da década de 1990.
Os Pan Sonic percorreram caminhos de novas possibilidades sonoras, tímbricas e estruturais, num campo que abrangia todos os conhecimentos que lhes interessavam: políticos, filosóficos, culturais – humanos. Musicalmente, e do ponto de vista dos vocabulários predominantes, misturaram o techno com o espírito do rock mais cáustico, com o dub, e com o lado mais iluminado do que era genericamente conhecido como industrial.
Ilpo Väisänen, nascido em Kuopio/Finlândia em 1963, estudou artes visuais e cerâmica, formando-se na Academia de Artes de Turku em 1991. Formou o grupo de artes performativas ultra3 em 1991 e em 1993, com Mika Vainio, o grupo sonoro sinO que se tornou, depois, Pan Sonic (originalmente chamado Panasonic). Numa forma musical em que sequenciar e gravar músicas em computadores é a prática padrão, o grupo ficou conhecido por gravar tudo ao vivo, diretamente em DAT (Digital Audio Tape), usando sintetizadores e unidades de efeitos caseiros e modificados. Em dezembro de 2009, a sua separação foi anunciada e Ilpo e Mika continuaram com seus próprios projetos a solo e outras colaborações.
Ilpo Väisänen regressou aos álbuns a solo através da agora canónica Editions Mego em 2015 com ‘Communist Dub’, ‘I-LP-O in Dub’ em 2017, e o álbum maior do ano passado, “ÄÄNET”, em homenagem ao seu falecido amigo. Salpicado com algumas gravações de uma tour dos Pan Sonic nos EUA, este álbum é uma poderosa e delicada elegia plena de dignificação.
As edições anteriores de Ilpo na sua própria editora Kangaroo, uma subsidiária da Raster-Noton, mostraram claramente a sua afinidade pessoal com a música dub. Foram frequentes os discos assinados sob o pseudônimo I-LP-O In Dub.
Para gerar os seus sons e paisagens sonoras, Ilpo Väisänen raramente usa mais recursos do que os mais simples dos dispositivos: teclados analógicos e outros osciladores que ele mesmo construiu. Numa era de ubiquidades digitais, a sua economia de meios e a aura anacrónica quase constituem um desafio, na verdade, uma provocação.
Este postulado é revelado nas edições a solo que Väisänen lança desde 1995. O seu mundo flutua permanentemente entre o quente e o frio; composto de rangidos, assobios, ruídos estranhos e improbabilidades rítmicas. É um mundo muitas vezes futurista, mas pré-histórico.