Marchorka-Muff | Não Reconciliados, ou só a violência ajuda onde a violência reina
Retrospetiva Straub-Huillet
Sessão de cinema com apresentação de António Preto, diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira
O acesso ao Auditório da Casa do Cinema é feito pela Rua de Serralves nº 873, 30 minutos antes do início da sessão.
Bilhete: 3€
Estudante/Jovem, maiores de 64 e Amigos de Serralves: 1.5€
Passe geral para todas as sessões:
Público geral: 70€
Estudante/Jovem/ Maiores de 64 e Amigos de Serralves: 35€
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Primeira sessão da Retrospetiva Straub-Huillet, com exibição dos filmes "Machorka-Muff" e "Não Reconciliados, ou só a violência ajuda onde a violência reina", com apresentação de António Preto, diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira.
Machorka-Muff
Jean-Marie Straub e Danièle Huillet | FRG | 1962 | 18’
Jean-Marie Straub descreveu esta primeira obra como um “sonho metaforicamente abstrato, e não uma história”. Imbuído de uma visão tão satírica quanto irónica, o filme reporta-se ao antigo oficial nazi Erich von Machorka-Muff e à sua visita a Berlim Ocidental, observando criticamente o regresso do militarismo e do rearmamento da Alemanha Ocidental sob a governação do chanceler Konrad Adenauer. Machorka-Muff é, assim, “a história de uma violação (a violação de um país, ao qual foi reimposto um exército, quando este país estava muito feliz por já não ter exército)” (J.-M. Straub).
Nicht Versöhnt oder Es hilft nur Gewalt wo Gewalt herrscht | Não Reconciliados, ou só a violência ajuda onde a violência reina
Jean-Marie Straub e Danièle Huillet | FRG | 1964-65 | 55’
A segunda obra de Straub-Huillet, “uma pura reflexão cinematográfica, moral e política, sobre os últimos cinquenta anos da vida alemã, uma espécie de filme-oratório” apresenta três gerações de uma família de arquitetos alemã, desde a década de 1910, atravessando o nazismo e até à Alemanha do pós-guerra. Sendo um “filme lacunar”, Não Reconciliados é, também, um comentário corrosivo e clínico sobre a persistência da violência através dos tempos. Nas palavras de Straub, é a “história de uma frustração, a frustração da violência, a violência que a Santa Joana dos Matadouros, de Brecht, invoca ao dizer que ‘só a violência é útil onde reina a violência’, a frustração de um povo que falhou a sua revolução de 1848, que não conseguiu livrar-se do fascismo” (J.-M. Straub).