Artista visual e cenógrafa francesa, Nadia Lauro desenvolve o seu trabalho multidisciplinar desde a década de 1990 em diferentes vertentes, concebendo instalações artísticas, ambientes, performances, espaços cénicos, concertos e projetos de arquitetura paisagística. Lauro colabora com vários artistas e coreógrafos internacionais e tem apresentado o seu trabalho em museus, teatros e galerias na Europa, Japão e Coreia, estando a sua obra representada em diferentes coleções, nomeadamente nas Coleções Centre Pompidou, Fond National d’Art Contemporain, ambas em Paris, e Art Sonje Center, em Seoul, bem como na Coleção de Serralves, que integra objetos artísticos associados às artes performativas com o intuito de construir uma história destas manifestações artísticas, conservando a sua memória e pensamento e patenteando a transdisciplinaridade que caracteriza a arte contemporânea a nível global. 

O Meteorito (2006) é um objeto escultórico e um dispositivo cenográfico concebido por Lauro para a peça coreográfica Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza de Vera Mantero, apresentada no Museu de Serralves em 2007. Partindo de um poema de Herberto Hélder, Mantero encena uma coreografia da voz com seis performers que exploram em uníssono a continuidade e os desvios da comunicabilidade. O Meteorito surge como um enorme monólito, um corpo forasteiro, escultural e silencioso que opera, seja em palco ou fora dele, uma tensão entre o vazio do espaço que ocupa e a presença inconstante dos corpos que nele circulam. 

Esta iniciativa integra o Programa de Exposições Itinerantes da Coleção de Serralves que tem por objetivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.