Inauguração: 20 de março às 16:30.

A obra Jardin suspendu [Jardim suspenso] da artista Mona Hatoum (Beirute, Líbano, 1952) constitui-se enquanto organismo vivo que associa imagens antagónicas de conflito e superação, destruição e vida. Uma barreira composta por sacos de juta remete, à primeira vista, para um cenário de guerra. No entanto, cada saco é preenchido não por areia, mas por solo fértil onde germinam sementes de diferentes tipos de relva, dando lugar, ao longo do período de exposição, a um verdejante jardim suspenso. Artista de origem palestiniana radicada em Londres, Hatoum recorre frequentemente a materiais e objetos simples do universo industrial, do ambiente doméstico e do imaginário popular, para criar instalações com uma forte carga política e poética, explorando relações entre migração, opressão, liberdade e memória.

No momento em que celebramos os 50 anos das primeiras eleições livres com sufrágio universal em Portugal, e num período de crises migratórias e violentos conflitos armados em todo o mundo, a apresentação desta obra singular na Vila de Melgaço, marcada também por uma história de emigração, reveste-se de especial significado, ao promover uma reflexão sobre o passado, presente e futuro da vida em comunidade no país e no mundo, considerando o potencial transformador da arte e da cultura.

Esta apresentação integra o Programa de Exposições Itinerantes da Coleção de Serralves, que tem por objetivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.

Produção: Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea, Porto