Ângelo de Sousa
Quase tudo o que sou capaz | Barcelos
Imagem: Ângelo de Sousa, Sem título, 1969. Col. Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em depósito na Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto. Depósito em 2003. Foto: João Monteiro, cortesia FLAD
Uma das figuras mais
influentes da arte portuguesa da segunda metade do século XX, Ângelo de Sousa
(Lourenço Marques, Moçambique, 1938‒2011, Porto) é também um dos artistas mais bem representados na Coleção de Serralves, com trabalhos realizados entre os anos
1961 e 2002, e que abarcam todos os meios artísticos a que o artista se dedicou
ao longo da sua prolífica carreira: desenho, pintura, escultura, instalação,
filme e fotografia.
“Ângelo de Sousa: Quase tudo
o que sou capaz” reúne uma seleção de desenhos, pinturas e esculturas do
artista que sublinham a importância da contaminação entre disciplinas para a
evolução da sua prática artística ao longo da sua carreira. A presente
exposição refuta a imagem dominante do pintor Ângelo, demostrando que o desenho
e a escultura não são apenas facetas fundamentais da sua obra como aquelas em
que porventura é mais evidente o espírito experimentalista da sua obra.
Caracterizados por uma
aparente simplicidade — o artista tenta obter, nas suas palavras, "o
máximo de efeitos com o mínimo de recursos, o máximo de eficácia com o mínimo
de esforço, e o máximo de presença com o mínimo de gritos” —, os desenhos,
pinturas e esculturas de Ângelo de Sousa não ilustram conceitos, nunca partem
de ideias, mas da ânsia de fazer e pensar com as mãos. A exposição sublinha
esta vontade de trabalhar com elementos simples, apresentando exercícios
abstrato-geométricos em diferentes meios que revelam a sua dedicação ao estudo
da forma, da cor e da luz.
“Ângelo de Sousa: Quase tudo
o que sou capaz” integra o Programa de Exposições Itinerantes da Coleção de
Serralves que tem por objetivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos
diversificados de todas as regiões do país.