Mounira Al Solh - Y’a Hamam Yalla Ma Tnam, Ma Tnam

Museu
28 FEV - 31 AGO 2025
2702 Mounira Al Solh

A mãe de David e Golias, 2019. Tinta a óleo sobre tela; 209 x 266,5 cm. Vista de instalação, Nami Nami Noooom, Yalla Tnaaam. (ABN Amro Art Award), H’ART Museum, Amesterdão, Holanda. Foto; Gert Jan van Rooij. Cortesia da artista e da Galeria Sfeir-Semler Beirute/Hamburgo

Mounira Al Sol nasceu em Beirute em 1978 e atualmente vive entre a cidade natal e Amesterdão. A sua prática artística abrange vídeo, instalação, pintura, desenho, têxteis, texto e performance. O seu trabalho explora paisagens sociais e políticas complexas, com foco em temas feministas, narrativas micro-históricas e os efeitos do conflito e da migração. A abordagem de Al Solh conjuga o envolvimento social com uma combinação singular de crítica política e escapismo poético. Em vez de adotar um estilo documental, as suas obras tendem para o ficcional e, por vezes, o fantástico, recorrendo a histórias orais, colaborações interdisciplinares e jogos de linguagem para explorar histórias íntimas, especialmente as de mulheres. Estas obras investigam temas como resistência, deslocamento, perda e memória com sensibilidade e empatia, criando um corpo de trabalho com ressonâncias emocionais que convida o público a refletir sobre os desafios contemporâneos enfrentados por comunidades marginalizadas.


Intitulada Y’a Hamam Yalla Ma Tnam, Ma Tnam (“Oh Pombo, Não Durmas, Não Durmas”), verso de uma canção de embalar muito popular no Líbano e na Síria, a exposição reúne obras que nunca foram apresentadas juntas, criando uma narrativa única que explora o profundo envolvimento de Al Solh com micro-histórias e a ação política. O eixo central da exposição é formado por Nami Nami Noooom, Yalla Tnaaam (""Dorme, Dorme, Dorme, Vamos Dormir""), uma poderosa instalação de grande escala que ancora o fluxo emocional e narrativo da exposição. Esta é uma obra profundamente pessoal, inspirada na infância de Al Solh durante a Guerra Civil Libanesa. Em criança, passando noites sem dormir devido ao barulho incessante das bombas que caíam pela cidade, a artista fazia buracos nos seus pijamas como forma de se distrair dos sons da guerra. Um dia, a sua mãe sugeriu que, em vez de simplesmente remendar as roupas, ela bordasse à volta desses buracos, transformando a atividade num ritual calmante. Esta prática meditativa tornou-se um refúgio, permitindo-lhe encontrar breves momentos de paz no meio do caos.


Os prolongados conflitos no Médio Oriente intensificaram-se recentemente, transformando-se numa enorme tragédia humana e criando uma ferida que atravessa gerações e afeta milhões de vidas. Este ciclo incessante de violência tem provocado perdas inimagináveis, com inúmeras vidas ceifadas, famílias desfeitas e comunidades inteiras a viver sob a constante sombra do medo e do sofrimento. Por entre as ruínas, as pessoas enfrentam traumas profundos que continuarão a afetar gerações futuras. Profundamente afetada por estes conflitos, Mounira Al Solh canaliza as suas experiências através da arte, convidando à reflexão sobre a necessidade de paz, empatia e um compromisso com a justiça que honre os direitos e a dignidade de todos os envolvidos. Através do seu trabalho, Al Solh responde ao apelo urgente para acabar com o sofrimento e reforça a determinação em promover um futuro alicerçado no respeito e na humanidade partilhada.


A exposição foi produzida pela Fundação de Serralves e comissariada por João Mourão e Luís Silva, com a coordenação de Giovana Gabriel.

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