ÁLVARO SIZA: DESENHAR O QUOTIDIANO
DESENHAR O QUOTIDIANO
Álvaro Siza
Em continuidade com a exposição C.A.S.A. – Coleção Álvaro Siza, Arquivo, que explorava o macrocosmo siziano dos últimos noventa anos, a presente mostra busca complementar o entendimento desse extenso corpo de obra a partir do microcosmo dos seus objetos de design.
Concebidas em absoluta simbiose com o espaço arquitetónico – à semelhança do mobiliário patente na paralela exposição SANAA: Sejima + Nishizawa –, estas peças representam distintos momentos no tempo, da Casa de Chá da Boa Nova até à Nova Ala da Fundação de Serralves, bem como as suas respetivas influências, das cómodas Shaker até às cadeiras de Aalto, Wright ou Mackintosh.
Apesar do trabalho com marcas internacionais como a Hermès, Camerich, ou Reggiani, Siza continua a produzir maioritariamente em Portugal e particularmente com a SPSS, tendo desenvolvido uma relação de amizade com José Simões, que foi nutrindo a sucessiva reinvenção dos seus detalhes de carpintaria e marcenaria. Esta exposição é uma espécie de tributo a esse processo de design iterativo que, ao longo de décadas, foi contextualizando outras incursões na escultura, na tapeçaria ou na azulejaria, com a Viúva Lamego.
A evolução formal e construtiva do disegno entende-se também pela transversalidade do diálogo entre o autor, os clientes e os artesãos da madeira, da pedra ou do metal, como Pedro Simões, Augusto Sousa e João Martins, entre outros. A materialidade, função e proporção produzem atmosferas várias e coesas que se elevam ao domínio da arte, delicadas arquiteturas do quotidiano que pelo seu rigor, qualidade e imaginação definem um todo simultaneamente pessoal e universal, intimo e coletivo.
A exposição foi produzida pela Fundação de Serralves e comissariada pelo arquiteto António Choupina, com a coordenação de Sónia Oliveira.
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