Assinalando a parceria de longa data entre a Fundação de Serralves e a Sogrape, as Caves Ferreira acolhem a apresentação de um conjunto de obras da Coleção Serralves de dois artistas portugueses de gerações distintas, Ana Léon (Lisboa, 1957) e Ricardo Jacinto (Lisboa, 1975).

Ricardo Jacinto (Lisboa, 1975) estudou arquitetura e trabalha como artista visual e músico. A sua formação multidisciplinar reflete se na prática artística que desenvolve, cruzando escultura, som e performance em instalações que reequacionam a perceção dos espaços onde se inserem. O artista utiliza com frequência objetos funcionais e quotidianos na construção das suas obras, como é o caso da peça "Locator" (2008) uma escultura de grandes dimensões criada a partir de uma mangueira de PVC com 340 metros, que se apresenta no Hall dos Balseiros. O público tem um papel predominante na ativação desta obra que se constitui enquanto dispositivo sonoro, sublinhando a natureza matérica e escultórica do som, e definindo o espaço expositivo enquanto território performativo.

Com um percurso iniciado nos anos 1980, Ana Léon (Lisboa, 1957) integra a geração de artistas responsável, em grande medida, pelas mudanças de paradigma artístico que caracterizaram esta década, começando por expor juntamente com Pedro Calapez, Cabrita, José Pedro Croft, Rosa Carvalho e Rui Sanches. Radicada em Paris, a artista desenvolve a sua prática artística entre o desenho, e o filme de animação, meios de expressão autónomos que encontram cruzamentos pontuais. Os desenhos "Sem título" (2007 – 2008), apresentados na Casa Ferreirinha, destacam-se precisamente pelo seu cinetismo, pela sugestão de movimento e dinamismo das formas orgânicas que parecem flutuar no vazio.

Esta iniciativa integra o Programa de Exposições Itinerantes da Coleção de Serralves que tem por objetivo tornar o acervo da Fundação acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.