SESSÃO DE CINEMA: MARÇANO PRECISA-SE | ANIKI-BÓBÓ
DOMINGOS NA CASA DO CINEMA: MANOEL DE OLIVEIRA E O CINEMA PORTUGUÊS 1
com apresentação de Carlos Natálio, professor e crítico de cinema
Todos os filmes serão apresentados na sua língua original.
Por motivos de força maior o programa poderá ser alterado.
Acesso
Bilhete (1 sessão): 3€
Estudante/Jovem, Maiores de 65 e Amigos de Serralves: 1,5€
O acesso ao Auditório da Casa do Cinema é feito pela Rua de Serralves nº 873, 30 minutos antes do início da sessão.
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16 ABR | DOM | 18:00
MARÇANO PRECISA-SE
Fernando Lopes | 1962 | 6’
ANIKI-BÓBÓ
Manoel de Oliveira | 1942 | 68’
Com apresentação de Carlos Natálio, professor e crítico de cinema
Aniki-Bóbó é a primeira longa metragem de ficção de Manoel de Oliveira, que só três décadas depois, com O Passado e o Presente (1972) voltaria a esse registo. Este longo hiato deveu-se, não só, à má receção que o filme teve à época, tanto pela crítica especializada, pelo regime (que o considerou subversivo), como pelo público (que não afluiu às salas para o ver), como também ao facto de não terem agradado ao Regime muitos dos projetos que, depois disso, Oliveira submeteu a financiamento do Estado. Aniki-Bóbó tornou-se, entretanto, no mais querido e popularizado dos filmes do realizador. Isso resulta, em grande medida, da trama infantil que adapta o conto de Rodrigues de Freitas, Os Meninos Milionários, e da escolha dos atores-crianças que o protagonizam. Eduardinho é o mais destemido e o líder do grupo de crianças que passa o dia-a-dia entre a escola e as ruelas da velha cidade, junto à Ribeira. Carlinhos é louro e sensível. Ambos disputam Teresinha, a única menina do grupo. Filmado no Verão de 1940, para aproveitar as férias escolares, Aniki-Bóbó seria rodado no Porto, em Gaia e também em Lisboa, no estúdio da Tobis Portuguesa (para todas as cenas de interiores e para a famosa cena do telhado, onde vemos Carlitos a aventurar-se numa fugida noturna para oferecer uma boneca a Teresinha). A abrir a sessão apresenta-se um dos primeiros filmes de Fernando Lopes, realizador que viria a ser um dos nomes mais importantes do Novo Cinema português. Marçano
Precisa-se é, segundo o próprio, um título seminal no seu percurso, pela relação com a cidade de Lisboa e pelo modo como retrata a vida das ruas e, em particular, a vida de uma criança pobre que procura o primeiro emprego.
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Carlos Natálio (Lisboa, 1980) é professor de cinema e investigador contratado no Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR), da Escola das Artes (EA), da Universidade Católica Portuguesa - Porto. Desde 2019 que é programador no festival IndieLisboa. É crítico de cinema e membro fundador do site de cinefilia À pala de Walsh. É licenciado em Cinema e em Direito, e doutorado em Ciências da Comunicação com uma tese sobre Educação para o Cinema, tendo colaborado ao longo dos anos em vários projetos internacionais (CinEd; Shortcut; Moving Cinema) e nacionais (Os Filhos de Lumière, Plano Nacional de Cinema, Cinema Batalha; Projecto INSERT) nessa área. É autor de vários cadernos pedagógicos, nomeadamente sobre filmes de Pedro Costa, Manoel de Oliveira ou João Salaviza. É atualmente vice-presidente da AIM - Associação de Investigadores da Imagem em Movimento.