SESSÃO DE CINEMA + Q&A: FILMES DE BÁRBARA WAGNER & BENJAMIN DE BURCA
NO ÂMBITO DA PORTO SUMMER SCHOOL ON ART & CINEMA - PARTY STUDIES
Acesso: Gratuito, sujeito a levantamento antecipado de bilhete.
A Porto Summer School on Art & Cinema, promovida pela Escola das Artes de 3 a 8 de julho, apresenta, para além de workshops diários dirigidos aos participantes inscritos no evento, um programa público oferecido à cidade e ao seu público cultural, que acontecerá na Escola e em diferentes espaços culturais, e que contará com a participação dos artistas, realizadores e performers convidados que integram esta edição.
Em Serralves serão apresentados alguns filmes dos artistas Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, seguidos de uma conversa entre ambos e Nuno Crespo, Diretor da Escola das Artes.
ALINHAMENTO
Faz que vai, Brasil, 2016, 12'
Estás vendo coisas, Brasil, 2017, 18'
Swinguerra, Brasil, 2019, 21'
Rise, Brasil, 2018, 20'
Faz que vai
Brazil, 2016, 12’
Tomando o nome de um passo de Frevo que simula um momento de instabilidade, Faz que vai retrata quatro bailarinos em seus modos de articular uma forma de tradição popular em questões sócio-económicas e de género. Como uma série de anotações sobre a relação entre corpo, câmara e movimento no registo de uma dança típica do Nordeste do Brasil, Faz que vai comenta o sentido do carnavalesco presente em diversas estratégias de preservação do Frevo como imagem, património e produto.
Estás vendo coisas
Brazil, 2017, 18’
Na escuridão de uma discoteca, o cabeleireiro MC Porck e a bombeira Dayana tentam a sua sorte como cantores Brega enquanto tentam passar do estúdio ao palco. Gestos são seguidos por melodias sobre amor, traição e poder num documentário experimental sobre como a música pop é experimentada como uma nova forma de trabalho no Nordeste do Brasil
Swinguerra
Brazil, 2019, 21’
Swinguerra, filme comissariado para o Pavilhão do Brasil na 58ª Bienal de Veneza, retira o seu título da swingueira, um movimento de dança popular do Nordeste do Brasil, mas com uma ligeira modificação de ortografia que faz a palavra terminar em -guerra. O trabalho de Wagner & de Burca mergulha em expressões da cultura popular no Brasil contemporâneo e na sua complexa relação com a raça, género, identidade, conflito e desejos. Os artistas trabalham colaborativamente com os performers, decidindo todos os aspetos final do trabalho de forma conjunta.
O seu extenso processo de pesquisa conduz ao coração de comunidades que são muitas vezes consideradas “marginais”, onde observam a intensa disciplina envolvida em competições coletivas de dança. Swinguerra foca-se em três estilos distintos de dança oriundos da periferia do recife, swingueira, brega funk e passinho da maloca, representados pelas companhias de grupos de dança Cia. Extremo, Grupo La Máfia, e Bonde do Passinho/As do Passinho S.A.
Rise
Brazil, 2018, 20’
Nos espaços underground da nova extensão de metro Toronto Transit Commission (TTC), um grupo de poetas, rappers, cantores e músicos negoceia o seu estatuto como torontonianos de primeira e segunda geração, bem como colonos que vivem em terras indígenas emprestadas. Com participantes da R.I.S.E. (Reaching Intelligent Souls Everywhere) EDUTAINMENT— um evento que tem lugar semanalmente nos centros comunitários suburbanos de Toronto — R.I.S.E. adota o conceito de Edutainment como um instrumento para a estrutura e argumento do filme. Operático na sua natureza, este documentário experimental olha o ritmo e a poesia como formas de trabalho criativo que constituem coletividades dispóricas de pertença e diálogo de várias culturas: a parada e resposta, o recitativo e a cifra. Os túneis que escavam são visionários.
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Trabalhando em parceria há mais de uma década, Bárbara Wagner & Benjamin de Burca vêm produzindo filmes e videoinstalações em diálogo com outros artistas e coletivos ligados ao som e à cena. A dupla desenvolveu um método de pesquisa a partir da investigação e observação documental, construindo a direção, o roteiro, os figurinos e as trilhas sonoras em colaboração com os protagonistas de cada projeto. Essa maneira horizontal de trabalhar é crucial para veicular o conteúdo frequentemente urgente, social e historicamente determinado, da investigação audiovisual da dupla. Mesmo em suas incursões por outras modalidades do fazer artístico, como a gravura, permanecem os tipos sociais e dinâmicos de atrito político como elementos formadores do discurso apresentado ali.